Paraíba registra recorde de estupros no primeiro trimestre de 2025, maior número em uma década

Gráfico do aumento de casos de estupro na Paraíba

O estado da Paraíba enfrenta uma preocupante escalada nos registros de estupro. Os dados mais recentes do Ministério da Justiça e Segurança Pública indicam que o primeiro trimestre de 2025 atingiu o patamar mais alto em pelo menos dez anos: foram 316 notificações de estupro entre janeiro e março deste ano. O levantamento mostra não apenas um agravamento em relação ao ano anterior, mas consolida uma tendência de crescimento que persiste desde 2020.

Em janeiro deste ano foram documentados 124 casos, número que apresentou queda para 89 em fevereiro, mas voltou a subir para 105 em março. Em média, a Paraíba teve quatro vítimas de estupro por dia no período, número significativo que desperta alerta entre autoridades e especialistas.

A elevação dos índices, segundo apontam os dados oficiais, representa um aumento de 35% em comparação com o mesmo período de 2024. Ainda mais preocupante é o salto em relação a 2020: um crescimento de impressionantes 310% desde então. Para efeito de comparação, em 2019, os registros no primeiro trimestre somavam apenas 56 casos. Nos anos seguintes, observou-se a seguinte evolução: 77 casos em 2020, 120 em 2021, 126 em 2022, 146 em 2023 e 233 no mesmo período de 2024.

O cenário preocupa organizações de defesa dos direitos das mulheres, que atribuem à pandemia de Covid-19 e à maior conscientização sobre a importância da denúncia alguns fatores para o aumento de notificações. Entretanto, também ressaltam a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para prevenção, proteção e acolhimento das vítimas.

Relatos de sobreviventes colhidos por programas jornalísticos e campanhas educativas têm contribuído para que mais vítimas procurem ajuda e denúnciem as agressões. Especialistas defendem ações integradas entre segurança pública, saúde, assistência social e educação para combater este tipo de crime e reverter a escalada observada nos últimos anos.

O governo estadual informou por meio de nota que trabalha para aprimorar os mecanismos de atendimento às mulheres em situação de violência sexual e reforçar a estrutura das delegacias especializadas. Ainda assim, a disparada dos números preocupa e desafia as autoridades na busca por soluções efetivas.

Fonte: G1 Paraíba